quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

_funeral.

Um dia no céu. Outro beirando o fogo. Uma balança com engrenagem instável, que respinga desaforos e amança o peito com suspiros.

Segure minha mão e embale com seus pés sem medo. Solado na areia firme. Mãos ao vento aerado.
Uma boca que beija e afoga. Um corpo que pesa e soterra. Me enterre, sem cravos nem orações.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

_vida bela?

Meus olhos abriram. Meu corpo mal se mexe. Saí da cama sem idéias, sem vontades, ausente de movimentos. Sento aqui e exijo um pensamento. Busco uma explicação para dias e tardes que correm contra um tempo que me parece em vão. A lógica do viver por obrigação me parece irracional. O lúdico de viver o que se deseja me parece surreal.

O que se faz quando a mente bloqueia o corpo?

Não gostaria de ser mais um robô perdido em meio ao ferro velho que me entorna. Mas no fundo, me encontro traçando a mesma linha que todos, pagando minhas contas, comprando bebidas e cigarros, consumindo consumindo consumindo. O preço no final do dia são alguns sorrisos a menos, um corpo exausto e a pergunta que perturba: o por quê de tudo isso? A resposta é óbvia. A vida nem sempre é bela.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

_o quê e o quanto.

O que esperar?
Do dia que não nasce? Do tempo que não chega? Do som que não invade? Da água que não transborda?

O que esperar?
Do vento que não sopra? Da idéia que não acende? Do fogo que não queima? Do momento que não passa?

O que esperar?
Daquele que não se vê? Daquele que não se entende? Daquele que não se sente? Daquele.

O quanto esperar?
De mim nada posso dizer. Apenas sento e vejo a vida passar.