domingo, 27 de julho de 2008

_Luzes.

Eu estava meio tonto quando sentei na beirada do meio fio da calçada bamba. Ele sentou do meu lado e me ofereceu um pouco de água. Sentia sede, mas sede de saliva. Sede de corpo. Sede dele.

Os carros passavam entre nós como se fôssemos invisíveis. Nas minhas alturas, cada farol se transformava em um risco luminoso. Linhas perdidas. Traços fugitivos. Luzes desencontradas. Corpos em alto movimento, seguindo o lado oposto da monótona e sem personalidade inércia.

E eu era mais um. Apenas outro feixe de claridade, pouco alaranjado, que de fato não chegou a ser encontrado, porém tampouco perdido, pois mesmo no breu da meia noite, eu ainda era visto. De repente me acharam.

3 comentários:

Larissa Teixeira disse...

Eu achei você!

Bjos belo escritor.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
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