segunda-feira, 21 de julho de 2008

_Mirela.

Olhou para seus pés contra o chão natural e sentiu um leve comichão. Deitou seu corpo cansado contra o verde solo e se iludiu com o azul do céu. Tocou a terra com a ponta do dedão lilás e com o calcanhar roçou um pedregulho acinzentado. Uma brisa empurrou alguns fios de Mirela para o interior de sua boca. A saliva seca petrificou os cabelos castanhos da moça branca. Dobrou o rosto contra o chão e viu um pequeno verme amarelo. Voltou seu queixo para o infinito e rezou por luz. Suspirou três vezes. Empalideceu alguns tons. Em meio ao campo tranqüilo, Mirela fechou seus olhos, abriu sua boca e permitiu-se ser enterrada sem grandes cerimônias.

Um comentário:

Larissa Teixeira disse...

teamo!

A literatura das palavras q tomam forma e contornam as nossas mentes com palavras.... saltitantes, eloquentes e porém verdadeiras

amo te.