Dos sapatos úmidos, esvaziei o teu cheiro.
Dos cadarços embaralhados, desatei meu passado.
Sólo murcho e movediço que me sustenta. Me leva pra onde? Qualquer lugar que seja.
Tirei do bolso as chaves sem segredos. Lacrei com força os meus armários e gavetas. Expulsei do peito teus demônios sem cabeças.
Chova sapos ou canivetes. Pouco me importa o que cai lá fora. Nuvens carregadas de pesadelos. Sombras sem preto, luzes sem foco, escuro sem medo.
Rasguei tuas fotos, cartas e presentes. Botei o mundo na balança do açougue da esquina perdida, e de repente me dei conta de que você é apenas mais um peso morto, solto no vácuo desse planeta cinza.
3 comentários:
Lindo!!!!! esempresaudades...infinitaseternas.
bjos teamo ;)
Aorei esse teu post.
Super deleuzeano!
Vale a pena ter escrito e vale a pena ler!
Caralho!! vc escreve muito bem!! muito!! virei fã!!
gde ab!!!
Postar um comentário