quarta-feira, 31 de março de 2010

_selo.

Mania que eu tenho de acordar e continuar com os olhos fechados, vendados, selados.

Sono escuro, feito um túnel, um beco, caverna. Sinto o breu ao meu redor. Um invisível de paredes úmidas, com o piso liso, que deixa a respiração no vácuo e minhas mãos atadas com pés desequilibrados. Desequilibrado, eu?

Onde foram parar as janelas da minha casa? Onde estão as portas, os corredores, as escadas? Quem lacrou as fechaduras, engoliu as chaves, destruiu o cimento? Quem? Quem? Quem? é você?

Catei as balas de goma pelo caminho de terra. Uma trilha, atalho, destino cortado. Você não estava lá, nem aqui. Nem eu, nem ninguém. Acho melhor eu continuar cantando sozinho no bafo do chuveiro, escrevendo meus medos no espelho, esperando que o calor se transforme em água e borre os meus segredos.