Depois de acordar, abra a janela.
Ele estará alí, de asas abertas,
Pronto pra te levar para um lugar só teu.
Verde, amarelo, azul, turquesa.
Quem sabe as cores do teu caminho?
Eu sei.
Vejo o sol, vejo o claro, vejo o céu.
Vejo o meu, vejo o teu, junto ao nosso.
Do que um dia foi único, presente singular.
E que guarda num futuro, o múltiplo, o não individual.
Sinta o vento que corre pela rua.
Pegue um floco perdido de nuvem preso no fio de luz.
Amarre uma linha e faça dele uma pipa.
Uma bandeira.
Um arco e flecha.
Dê um nó nos seus medos, seus dedos, pensamentos.
Solte o verbo, exploda a fúria, corrompa o mundo.
O mundo que é teu, meu, nosso.
Fuja comigo para a beira do mar.
Conte as conchas, as estrelas, o sal.
Eu estou alí, em cada grão, em todos os lugares.
Sou alma morena, perdida no fim do oceano.
Venha ao meu encontro, numa terra que somente eu conheço.
E te mostrarei o mundo que eu fiz,
Só pra te esperar.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
_Três minutos para 00:00.
Estávamos sentados em um café no meio do Bom Fim. Entre um expresso e um chá, uma coca-cola e um cigarro, ela me contava dos seus últimos sonhos, da visita ao Teatro Nacional, dos seus achados e dos seus perdidos. Tudo era tão recíproco e palpável. Uma luz que atravessava o mural de vidro recortava seus detalhes contra a escuridão. Eu enxergava apenas o necessário daquele rosto suave, macio, aflito. Quando ríamos, o vapor quente de nossas bocas se dissipava contra o ar gelado da rua. Quando a lágrima escorria, congelava sobre nossas maçãs um sentimento que desprezava o atual. Nós queríamos mais, porque somos mais, uma vez que o pouco se tornou inacessível. O que temos em nossas mãos é de sabedoria limitada. O futuro... Quem sabe onde ele foi guardado? Se alguém souber, nos empreste a chave por três minutos. É tudo que precisamos. Vê-lo por somente alguns segundos. Quem sabe assim deixaremos de ser ateus.
Para minha amiga Coachpussy.
Para minha amiga Coachpussy.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
_Caio.
Caio teceu suas mãos em um novelo de lã feito gato.
Rasgou os lençóis que não lhe pertenciam e engoliu alguns botões caídos no chão.
Rolou no piso para coçar suas costas enquanto aguardava seu dono.
Miou na janela, raspou suas unhas contra a madeira da porta, esperou deitado no sofá.
Olhou para o relógio e viu a noite chegar, as nuvens passarem, as estrelas caírem.
Caio não era homem nem bicho. Caio era ser.
Rasgou os lençóis que não lhe pertenciam e engoliu alguns botões caídos no chão.
Rolou no piso para coçar suas costas enquanto aguardava seu dono.
Miou na janela, raspou suas unhas contra a madeira da porta, esperou deitado no sofá.
Olhou para o relógio e viu a noite chegar, as nuvens passarem, as estrelas caírem.
Caio não era homem nem bicho. Caio era ser.
Assinar:
Postagens (Atom)